
Representantes de cinco municípios da região – Caçapava do Sul, Lavras do Sul, Dom Pedrito Porto Alegre e Bagé participaram da Audiência Pública Regional que debateu a situação dos portadores de DST/AIDS em Bagé e região. O encontro aconteceu na Câmara de Vereadores de Bagé, e foi uma proposição da Comissão de Educação, Cultura e Direitos Humanos, composta pelas vereadoras Adriana Lara Jussara Carpes, e Sonia Leite. A mesa dos trabalhos foi presidida pela vereadora Adriana Lara e teve como integrantes a coordenadora de Ações de Saúde para HIV e AIDS, Tânia Figueiró, o coordenador da 7ª Coordenadoria Regional de Saúde, Volmir Silveira,a coordenadora do Serviço de Atenção Integral à Sexualidade (SAIS), Terezinha Ricaldone, o presidente da ONG Reluvida, Bertoldo Soares, o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Ivar Tadeu Mattos e a secretária de Saúde de Lavras do Sul, Luiza Helena Gonçalves. Na abertura da reunião, a vereadora Adriana Lara salientou a importância de trazer para o debate público os problemas que os portadores passam no seu cotidiano. “São muitas as dificuldades enfrentadas pelo grupo, infelizmente ainda existe a discriminação com os portadores do vírus”, enfatizou a presidente da comissão.
Tânia Figueiro, informou que existem 18 mil casos de portadores do Vírus HIV e AIDS no Rio grande do Sul e 2,5 mil novos casos por ano. Ela também relatou que 50% dos casos desta doença estão concentrados em Porto Alegre, 25% na Região Metropolitana e 25 % no interior do Estado. Segundo Tânia, a maioria dos novos casos está relacionada com pessoas acima de 40 anos de idade, pois os jovens já nasceram na era da AIDS e estas não. “As pessoas nesta faixa etária não possuem o habito de usar preservativo durante relações sexuais”. Terezinha Ricaldone destacou as atividades do SAIS e as dificuldades encontradas neste trabalho. Ela informou que Bagé atualmente possui 103 pacientes usando medicação e que os portadores do Vírus HIV e AIDS que não se medicam ou não sabem que estão infectados com a doença é 10 vezes superior a este número. Ela também reconheceu os avanços na coleta de exames. Bertoldo agradeceu o apoio que a ONG esta tendo nos últimos tempos. “Há mais de 10 anos que viemos nesta luta e há algum tempo estamos tendo apoio”, comemorou. Soares apontou como problemas enfrentados pelos portadores de DST/AIDS em Bagé e região a falta de passe livre para transporte coletivo, casas de apoio, leito para portadores e de qualificação para os médicos que tratam destes pacientes. Já a secretária de saúde de Lavras do Sul, Luiza Helena Gonçalves, questionou a forma como é feita à prevenção. “É o que nos preocupa muito”, desabafou a secretária. Luiza disse que se sentiu muito honrada de ter sido convidada para participar desta audiência pública e se colocou a disposição. “Nós também estamos dispostos em entrar nesta luta”, afirmou.